Guardiões do Limiar: Tédio
- Breno Xis
- 2 de set. de 2019
- 1 min de leitura
Algumas palavras sobre um dos mais poderosos Guardiões do Limiar

O tédio
tem um abismo
nele: nosso chão amolece
e engole nossas ancoragens.
Rápido! — é o hábito —
algo que nos reassegure!
Há muito espaço?
Preciso preenche-lo.
Nada acontece? Preciso fazer algo.
Está muito quieto?
Algo deve estar errado.
O tédio
tem segredos:
não é o que aparenta;
depende de combustível;
tem raízes frágeis;
não pode durar.
Pegue um tédio,
experimente: não se mova,
permaneça [nele] sem elaborar.
Aplique nele uma atenção silente:
uma mirada estável e curiosa,
livre de conceitualização.
O que você verá?
O que é encoberto por palavras,
o que é enterrado pela fuga,
o que se evita por meio de distrações,
o que nunca foi perdido:
A intensidade da clareza.






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